Sem que a realidade soturna me amedronte, sem ter pesadelos negros e assustadores e que, se por ventura, tiver que possam ser facilmente apagados e que alguém possa acalmar-me cantando canções de ninar que me dêem um sono alegre e despreocupado.
Que o ódio que por vezes sinto, seja substituido pelo de uma criança que mesmo após a raiva sentida por algo que o amiguinho fez já está de bem e disponível para brincar, como se nada tivesse acontecido.
Quero amar, mas não quero o amor carnal onde o ciúmes por vezes é protagonista e Iago de diversas separações e tragédias, não quero desilusões amorosas para que o meu coração e o coração de outros não saiam feridos. Eu quero o amor inocente, a admiração velada....quero sentir-me surpresa pelas coisas mais belas, mesmo que elas sejam as mais comuns (e talvez por isso passem facilmente despercebidas pelos meus olhos de adulta), quero saber enxergar a beleza sem a visão enebriada das sombras.
Quero sentir-me leve como a folha que é levada pelo vento...
Mas às vezes me sinto como sinfonia tocada num mundo sem som, como pintura em um mundo preto e branco, como estrangeira na próprio território...território hostil, onde o diferente é rejeitado e discriminado....
Então só te peço uma coisa....devolva minha inocência....queria sonhar novamente...
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